segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Avenida João Crisóstomo, 8



Esta é a porta do edifício onde está instalada a Embaixada da República Argentina. Os relevos representam os 12 signos do Zodíaco. Mesmo em frente à Casa da Moeda - outra porta em que este blogue certamente parará - e junto às ruas onde os estudantes bebem imperiais a 50 cêntimos, encontramos esta representação figurativa dos signos. São elementos mitológicos que aqui estão figurados, mas diz-se (por exemplo aqui) que Lisboa oculta, sob a forma de códigos numéricos, estátuas e no desenho urbano, uma panóplia simbolismos mitológicos.

Qualquer ajuda sobre a autoria do desenho deste edifício e dos relevos da porta é bem vinda aqui no espaço dos comentários.
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sábado, 19 de janeiro de 2013

Rua Eduardo Coelho, 62


Esta porta está aqui por causa do azul. Trata-se de mais um prédio aparentemente devoluto e em estado de pré-ruína, pelo menos à data a que esta fotografia foi feita, aqui há quase três anos. No entanto, este portão azul, com o seu sinal a proibir o estacionamento, estava a envelhecer bem: estes tons de azul são espectaculares.

Brevemente voltaremos a esta rua para vos mostrar uma espécie de porta uns passos mais abaixo.


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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Avenida Almirante Reis, 230


Eis-nos numa das principais avenidas da capital, quase a chegar ao pé da estátua em honra do Sá Carneiro. Muito perto da Praça João do Rio, onde um prédio inteiro jaz abandonado, entregue às pinturas murais, encontramos esta porta, um simples trabalho em ferro.Destaca-se o próprio número do prédio e a inclusão das caixas do correio num dos painéis (será o formato original ou uma alteração recente?). No entanto, a compor o ramalhete, e a alegrar a fachada, está o painel em relevo, representando singelamente uma senhora reclinada cobrindo as partes pudendas com a mão esquerda.

Do que é que podemos falar mais? Do saco do lixo. Mas não vou fazer isso.

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Rua do Vale, 3

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Lisboa também é isto. Numa das mais bonitas ruas da cidade, uma belíssima rampa ladeada por edifícios de janelas e portas que são quase miniaturas, encontramos estas portas meio tortas, com uma grossa moldura em pedra e a madeira marcada pelo tempo. O que haverá lá dentro? Decerto escuridão. No entanto não será só isso. Há cadeados recentes a prender correntes velhas, sintoma da falência total das velhas fechaduras. Cá fora sabemos o que há: sacos do lixo abertos.

No entanto, para além do tamanho destas portas, o que nelas chama a atenção são os óculos da da da direita. Enquanto um está velho mas intacto, o outro terá apodrecido, e o que é que foi desenrascado para o substituir? Uma chapa qualquer, furada. E que bonita que ela é. Há algo naquela geometria que me deixa como que confortado, cerebralmente activo.

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Numa pesquisa rápida no google, para ver o que é que aquelas linhas concorrentes num ponto me faziam lembrar, pus "six circle", para ver se aqueles seis pontos inscritos numa circunferência me levavam a algum lado. Levaram-me a isto:



O Teorema dos Sete Círculos dá-nos formas muito semelhantes. Afinal, há matemática nessa porta, como há, afinal de contas, em todo o lado.


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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Temple

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A porta que aqui está teve uma existência efémera na Praça dos Restauradores.

Dava entrada a este Templo, que esteve nesta praça no Verão de 2010. Esta ruína, concebida como ruína logo à partida, foi idealizada e construída colectivo de artistas de Brooklyn, denominado Faile.

Como foi posta muita atenção nos pormenores, esta porta pedia algum tempo de contemplação, podendo-se ler diversas frases por todo o lado, num minucioso trabalho de relevo e escultura. A aliciante frase "Secrets from the imagination" atrai e intriga. Os degraus são deliciosos.

Mais informação e muitas fotografias desta instalação estão disponíveis no site.


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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Calçada do Combro, 127

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Aprecio a obra de Carrilho da Graça. Não sei se aprecie tanto assim a ideia de se espalharem condomínios privados aos montes pelas redondezas do Chiado e do Bairro Alto. Voltando ao tema essencial, falemos desta porta, cuja fotografia não lhe faz total justiça: é uma porta agradavelmente preta e austera, muito fechada. Esconderá certamente algo muito curioso lá para dentro; de dentro será curioso ver a luz coada por aquele padrão rendilhado e repetido mil vezes. Se alguém, de entre aqueles que forem morar para lá desta porta, me quiser convidar para entrar e tomar um chá provavelmente aceitarei de modo a poder experimentar a sensação de passar pela porta.


Já o slogan que se lê por cima dessa porta é algo que me deixa mais reticente. O condomínio privado Santa Catarina vende-se com a frase Sinta-se por dentro. É uma frase em que consigo perceber múltiplos sentidos, mas que me faz pensar em coisas meio subversivas, desafiantes, ou parvas (como este vídeo - Interior Semiotics - muito falado recentemente na net, e que não deve ser visto no trabalho, ou junto da família e de crianças). Curiosamente, este slogan meio onanista traduz-se, no material promocional em inglês, para Feel part of it, ligeiramente mais inofensivo.


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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Rua Rodrigues Sampaio, 17

Rua Rodrigues Sampaio, 17: esta é a morada do Hotel Britania. Esta porta aparece pela internet inúmeras vezes porque é, de facto, uma porta especial, que é usada como imagem de marca do próprio hotel. A fotografia que aqui colocamos amputa o conjunto total: a porta é ladeada por dois óculos perfeitamente redondos e colocados simetricamente à porta. O edifício, desenhado por Cassiano Branco, é, de alguma forma, exuberante ao mesmo tempo que é elegante. Os interiores que se vislumbram através dos vidros da porta são lustrosos mas acolhedores. À entrada, o simpático porteiro receber-nos-ia com toda a certeza, com o mesmo sorriso amigável que fez para esta fotografia. Este tipo de arcos de volta perfeita aparece muitas vezes por Lisboa, e com certeza que voltarão a aparecer por aqui portas com este género de moldura. Esta porta, no entanto, é das mais exemplares que se encontram.

Entretanto, o hotel vai somando distinções e reconhecimento: foi considerado pelo The Guardian um dos quatro hotéis Art Déco mais bem preservado da Europa, e ganhou um prémio Condé Nast Johansens pela qualidade do serviço.

E ainda mais: tentam iniciar polémicas/fazer barulho sobre a porta, mas nem sequer há razão para isso.



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